A poucas horas da sessão desta quinta-feira do Congresso Nacional, representantes do governo e lideranças partidárias negociam a manutenção do veto que abre caminho para o reajuste de servidores públicos.
O líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), disse em entrevista à imprensa, ao lado do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que o tema é de muita relevância e mereceu a dedicação de todos na busca de um entendimento. Ele disse ainda que é preciso chamar a atenção para o rigor fiscal do governo e destacou que o tema deve ser votado nesta tarde “de forma muito aberta e transparante”.
— É difícil sair notícia sobre isso, mas ontem [19] votamos mais de 40 vetos presidenciais apos negociação com todas as bancadas. Restou agora o veto 17, que vamos concluir na tarde de hoje. A população, que nas últimas semanas, lembra da discussão sobre ter ou não R$ 5 bilhões para investimentos, sem furar o teto de gastos, agora se surpreende com uma despesa que pode chegar a R$ 130 bilhões. É evidente que isso traz polêmica, mas traz também traz a responsabilidade fiscal e tudo aquilo que tem unido o Congresso desde a reforma da Previdência — avaliou.
Repercussão
A derrubada pelo Senado do veto do presidente Jair Bolsonaro a reajuste salarial de servidores repercutiu entre os senadores. Pelas redes sociais, eles se manifestaram sobre o assunto.
Marcio Bittar (MDB-AC), Plínio Valério (PSDB-AM), Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), assim como outros senadores, aproveitaram para reforçar a defesa pela manutenção do veto em razão do equilíbrio fiscal e o compromisso com as contas públicas.
“O Brasil não suporta conceder reajustes para o funcionalismo público em meio a esta pandemia. O Impacto nas contas públicas superaria R$ 130 bilhões. Estamos em uma situação atípica em que todos devemos colaborar com o país. Entendo a importância dos servidores públicos”, argumentou o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) em sua conta no Twitter.
A mesma opinião tem o senador Plínio Valério. “Com que autoridade o Legislativo poderá continuar cobrando a manutenção do teto de gastos, extensão do auxílio emergencial e responsabilidade fiscal se pendurar um rombo de mais de R$100 bilhões nas contas públicas com a derrubada do veto ao aumento do funcionalismo ?”, questionou.
Já o líder do PT, Rogério Carvalho (SE), o senador Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB) e outros senadores que votaram pela derrubada do veto na sessão remota do Congresso Nacional de quarta-feira (19), defendem a autonomia dos estados para conceder o reajuste, se houver possibilidade, aos servidores que estão atuando na linha de frente de combate à pandemia de covid-19.
“Não podemos retirar de estados e municípios o direito de reajustar salários de servidores, especialmente dos que estão na linha de frente do combate à covid-19. O reajuste não é obrigatório. Mas se os gestores avaliarem que é possível fazer, não podem ser impedidos”, argumentou Rogério em seu perfil no twitter.
Fonte: Agência Senado