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Flávio Roscoe defende reforma administrativa e fala sobre distorções no funcionalismo público

Apesar da reforma tributária ser um dos primeiros assuntos da fila de debates no Congresso Nacional no segundo semestre de 2020, o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, defende que a reforma administrativa deve acontecer primeiro. Roscoe é o convidado desta segunda-feira do podcast Abrindo o Jogo, da repórter Edilene Lopes.

Segundo ele, se a reforma tributária for feita primeiro, será preciso aumentar os impostos para suprir os déficits da União e dos Estados, por isso é mais eficiente que o Estado seja diminuído. “Se você faz a reforma administrativa e reduz o custo e o tamanho do estado você não vai precisar de uma reforma tributária que aumente a carga tributária. Por isso que eu tenho defendido que a reforma administrativa deveria ser anterior à reforma tributária, pois ela permitiria o estado menor, mais enxuto cobrar menos da sociedade.”

Em entrevista à Itatiaia, Roscoe afirma que é contra a estabilidade do servidor público e a favor da realização da reforma da Previdência do funcionalismo em Minas o mais rápido possível.

De acordo com ele, o Estado tem que ser capaz de investir e não pode existir apenas para pagar o salário e aposentadoria dos servidores. “Em um primeiro ponto é isso, para garantir ao próprio servidor o recebimento. O segundo ponto é que nós não podemos ter o Estado só para bancar salário servidor ou aposentadoria. O Estado tem que prover os serviços mínimos necessários para população, para isso ele precisa investir também, tem que ter recursos para investir. A reforma da Previdência é vital para governo futuros, não só para esse governo.”

Apesar das polêmicas em torno da reforma da Previdência, Roscoe acredita que não se trata da retirada de direitos ou privilégios e que ser servidor público tem ônus e bônus, mas segundo ele, algumas distorções foram acumuladas ao longo dos anos em relação ao funcionalismo.

“Um dos ônus a gente pode sentir agora na pandemia, todo mundo que está na inciativa privada teme pelo seu emprego, perdeu renda, ficou em casa, está com redução de salário, suspensão de jornada, está sofrendo, enquanto o servidor público tá recebendo normalmente. Então serviço público ele tem algumas coisas positivas em relação ao setor privado, mas infelizmente ao longo dos anos acumular alguma distorções. Hoje o salário médio de quem tá na iniciativa privada é muito menor de quem tá no serviço público, na mesma função.

“Houve uma distorção ao longo dos anos e houve uma ideia valorização da carreira do serviço público e ela ainda é atrelada a uma coisa chamada estabilidade. Olha em um mundo que ninguém sabe o que vai ser o amanhã, que as pessoas têm dificuldade de projetar um ou dois anos na vida, quem passa no serviço público já tem a garantia por 30, 35 anos do que vai acontecer com a vida dele. É um ativo muito bom só que isso traz outras dificuldades”, completou.

A entrevista completa com Flávio Roscoe está disponível no Itacast, o site da Itatiaia nas plataformas digitais. Na íntegra, Roscoe fala sobre o impacto da pandemia na economia mineira, sobre a produção de respiradores e sobre a polêmica que envolve a diminuição da fiscalização por parte do Estado, que é uma das reivindicações da indústria, mas que pode submeter a população a riscos e tragédias como as que ocorreram em Mariana e em Brumadinho se não houver responsabilidade por parte do empresariado.

FONTE: Itatiaia

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